Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

sábado, 7 de dezembro de 2019

Paraisópolis, a chacina da PM paulista, a questão das drogas e o voto da "oposição de esquerda" no pacote anticrime de Moro!!!








A semana que está acabando já começou de uma forma terrível para muitas pessoas, especialmente os familiares dos nove mortos na chacina promovida pela PM paulista, de João Doria (PSDB), contra jovens negros e da periferia paulistana. Apesar do discurso de boa parte da mídia em classificar o sinistro como uma "tragédia", o que se viu foi uma ação orquestrada, muito bem pensada, por policiais militares na capital paulista para, segundo a própria PM, "dispersar" a galera que se divertia no baile funk, em Paraisópolis. A PM de Doria também alega o combate ao "crime organizado" e à repressão às drogas, presentes nos bailes funk da vida.
Tendo essas afirmações vindas da PM paulista como verdadeiras, aproveitamos para perguntar a todos/as: será que apenas nos bailes funk e nas periferias de nossas cidades, como Paraisópolis, existem consumo de drogas??? Por que a PM de Doria também não fez (ou faz) uma "incursão" no elegante bairro do Morumbi, vizinho à Paraisópolis??? Coincidência???
Claro que não. O alvo preferido das PM's de nosso país é atacar, a cada dia que passa, os jovens negros de nossas periferias com este tipo de argumento para justificar suas sangrentas invasões a essas comunidades. Enquanto isso, o setor nobre e rico dessas mesmas cidades pouco ou nada são atingidos pela corporação militar. Trata-se de mais um episódio do genocídio negro que vivemos há muito tempo em nosso país, herança perversa de um país racista, aumentado pela presença da ultradireita liberal no poder, como Bolsonaro, Doria e Witzel. Nenhuma surpresa no modus operandi de todos esses.
Infelizmente, nesta mesma semana de mais essa chacina contra o povo pobre, negro e periférico de nosso país, a Câmara dos Deputados aprovou o "pacote anticrime" de Moro e Bolsonaro. Pior ainda: com o voto das bancadas do PCdoB, PT e PSOL. A justificativa de Marcelo Freixo (PSOL/RJ): "(...) Um projeto seria aprovado, ou era esse ou era o do Moro", afirmou o pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro em 2020, aliado ao PT de Lula e cia.
Ou seja, Freixo (como o senso comum e boa parte da "esquerda oficial" pensam), optou pelo "mal menor". Assim como fizeram também com a recente "reforma da previdência", aprovada pelo governo Bolsonaro, no mesmo Congresso Nacional corrupto. Quem tem inimigos, não precisa de um "aliado" desses. O voto dos deputados do PCdoB, PT e PSOL refletem, muito bem, a atitude dos policiais militares de São Paulo e qualificam a chacina (mais uma) como apenas um "detalhe". Lamentável......... 
Para aqueles/as que nos criticam por fazermos tais considerações críticas à postura dos parlamentares de "esquerda" no Congresso, dizemos o seguinte: já conhecemos perfeitamente o pensamento de Bolsonaro, Doria e Witzel. Portanto, não há porque se surpreender com este tipo de coisa, vindos desses governantes. Mas, quando tal ação encontra respaldo na "esquerda oficial", é preciso exercer um pouco a análise crítica sobre os fatos. Senão, como diria uma amiga minha, é corroborarmos com o exercício da APP (Amnésia Política Proposital), praticada por esses/as ditas de "esquerda" já hp algum tempo!!!

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