Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

domingo, 12 de abril de 2015

Uma polêmica com a Consulta Popular sobre a postura da direção do SINTEP/PB na greve dos/as trabalhadores/as da educação estadual

"A burocracia soviética não abandonará as suas posições sem combate."
Leon Trotsky, 1936.

O revolucionário russo Trotsky escreveu isso em 1936, num de seus mais famosos livros, "A Revolução Traída", quando abordava o processo de destruição da Revolução Russa levada a cabo por Stálin desde quando esse assumiu o controle do Partido Bolchevique na então URSS. Apesar do crescimento econômico extraordinário que a URSS tinha na época, no entanto as liberdades democráticas da classe operária eram completamente sufocadas, para se dizer o mínimo, a participação dos/as trabalhadores/as na tomada de decisão das principais questões que envolviam diretamente suas vidas eram mínimas, para não dizer nenhumas. Quem ousasse reclamar disso era tido como inimigo do regime e podia ter como fim a morte. Como Trotsky teve quatro anos após ter escrito este livro e tantos outros/as que construíra junto com ele a Revolução Russa. Poucos escaparam da fúria insana de Stálin, como Lenin e Sverdlov, que morreram antes dos famosos "processos de Moscou".
Poderíamos perfeitamente, em virtude do título deste artigo, fazer uma paródia da frase de Trotsky nos seguintes termos, trocando o termo "soviética" por "direção do SINTEP", ficando a frase da seguinte maneira: "A burocracia da direção do SINTEP não abandonará as suas posições sem combate." Com isso, queremos estabelecer um diálogo com os/as companheiros/as da Consulta Popular que estão no Comando de Greve da 1ª Regional sobre a postura da direção do SINTEP nesta greve que apenas iniciamos, mas que já deu pra perceber - e não apenas nós, militantes sociais - não é nem de longe minimamente democrática, muito pelo contrário.
Alguns companheiros da Consulta Popular argumentam, preocupados, que não devemos mostrar para a base da categoria, a existência de uma certa divisão no interior do Comando de Greve, que isso pode afastar a base da greve e, assim, favorecer os interesses do governo nesta greve. Entendemos a preocupação dos companheiros, mas não aceitamos este argumento, por duas razões básicas.
Primeiro, não é aceitável que escondamos da base as divergências políticas que existem entre nós, especialmente aquelas que dizem respeito à condução do movimento, para onde e porque querem levar nosso movimento. Não podemos omitir dos/as trabalhadores/as a verdade. É por isso que diretores/as do SINTEP não desejam assembleias no meio da rua porque lá eles/as terão que se comprometer não apenas com a categoria, mas com toda a sociedade e isso é uma coisa que eles/as não querem, de maneira alguma.
Segundo, nós não temos acordo com a direção do SINTEP não é de hoje. Por isso montamos uma chapa de oposição e disputamos contra eles a direção do sindicato. Temos divergências cm eles tanto na política quanto nos métodos. Isso ficou claro na última Assembleia Estadual, na hora de escolher os membros do Comando de Greve Estadual. Os/as companheiros/as da Consulta Popular acreditam realmente que é possível ter acordo político com essa direção? 
Podemos sim, em nome da LUTA da categoria, termos acordos pontuais. Mas esta direção precisa estar disposta a isso. Por que SEMPRE somos nós a termos que ceder a essa direção "eterna" do SINTEP?
O momento de debatermos com a base da categoria, tanto a política quanto os métodos empregados por Antonio Arruda, Carlos Belarmino e cia. é agora SIM, pois em que melhor oportunidade reuniremos centenas de trabalhadores/as em uma Assembleia para podermos debater isso? Vamos encaminhar nossa greve SIM, mas vamos também fazer a discussão sobre a NECESSIDADE de termos um sindicato REALMENTE democrático e não apenas de fachada!!!     


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