Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

sábado, 2 de janeiro de 2021

Luciene de Fofinho e a dura e difícil tarefa de resgatar a imagem da cidade de Bayeux






Em 28 de dezembro de 2016, neste mesmo espaço, fizemos um artigo intitulado "Berg Lima e a expectativa de todo um povo: o que podemos esperar???". Na ocasião, fazíamos um trocadilho com o nome do partido do novo prefeito de Bayeux, eleito na oportunidade e que trazia consigo uma grande esperança de mudança em boa parte da população bayeuxense, daí o sugestivo título do artigo.

Berg Lima, então no Podemos, foi eleito com 58,92% dos votos válidos na eleição de 2016. A maior votação já dada a um candidato em Bayeux até esta data. Foram exatos 33.437 votos de homens e mulheres de Bayeux, jovens e idosos, que foram às urnas naquele ano, insatisfeitos com os rumos da gestão do então prefeito Expedito Pereira (PSB), candidato à reeleição mas, que por conta de seus inúmeros desacertos no seu 4º mandato na Prefeitura de Bayeux, acabou derrotado pelo jovem ativista cultural que aparecia na cena política da cidade e que conseguiu construir uma ampla aliança política - que incluiu partidos como PT e PSDB, por exemplo - em torno de seu nome e, assim, conseguir a confiança do povo e ganhar a eleição. 

Mais do que tudo isso, Berg Lima conquistou a simpatia e a esperança do povo trabalhador, honesto e decente de Bayeux de que a cidade teria dias bem melhores com sua presença na Prefeitura, a partir de 1º de janeiro de 2017. Infelizmente, tudo isso veio abaixo em 05 de julho do citado ano, quando ele foi preso em flagrante pela força tarefa do Gaeco e MP, acusado de corrupção, no Restaurante Sal & Pedra, em Bayeux. A partir daí, a cidade passou a viver uma crise política, administrativa, social e econômica que, infelizmente, ainda não se encerrou.

Em novembro de 2020, depois de vários prefeitos terem passado pela Prefeitura de Bayeux após a prisão de Berg Lima (Luiz Antonio (PSDB), Noquinha (PSL), Kita (Cidadania) -, sem falar no próprio Berg Lima, que saiu da prisão por ordem judicial e reassumiu a Prefeitura, Bayeux voltou a ter uma eleição direta e Luciene de Fofinho (PDT) foi a vencedora do pleito. Ela já estava como prefeita indireta em Bayeux desde agosto de 2020, eleita pela Câmara Municipal da cidade, após Berg Lima ter apresentado sua renúncia ao cargo.

Luciene assumiu agora em 1º de janeiro de 2021, como a imensa maioria dos prefeitos/as de todo o país. Porém, assume envolta a várias denúncias que lhe custam processos na Justiça e, mais do que isso, Luciene tem uma dura e difícil tarefa a cumprir em seus 4 anos de mandato que ora se iniciam: resgatar a imagem da cidade de Bayeux e, consequentemente, a autoestima de seu povo que está profundamente arranhada - para sermos gentis - com tudo que ocorreu nos últimos anos, a partir dos estragos provocados por Berg Lima e seus sucessores. Falo sucessores porque os que vieram após este não se esforçaram muito para buscar fazer com que Bayeux saísse das páginas policiais e deixasse de vivenciar escândalos atrás de escândalos. Infelizmente..........

Isso se revelou nos números eleitorais verificados em 2020. Este ano, tivemos uma abstenção de 14,28% (contra 6,29% em 2016); os votos nulos e brancos, em 2020, totalizaram 11,93% (contra 8,88% em 2016). Quando partimos para os votos dados aos candidatos, a diferença é ainda maior. A candidata vencedora, Luciene de Fofinho (PDT), conseguiu ter uma votação menor do que a dada ao candidato derrotado em 2016, Expedito Pereira (PSB), que teve 21.989 votos. Luciene foi eleita com 21.103 votos.

Estes números explicam, por si só, a crise porque passa Bayeux e, consequentemente, a desconfiança e o descrédito com que o povo da cidade encara a situação e a classe política que gere os destinos de uma das cidades mais importantes da Paraíba. Colocar a responsabilidade desses números na pandemia do coronavírus é minimizar demais os problemas porque passam a cidade e retirar a imensa parcela de culpa que possuem os governantes da cidade durante todo esse período.

Isso só aumenta o peso da tarefa que Luciene de Fofinho tem pela frente. Evidentemente que os movimentos sociais de Bayeux também possuem sua cota de responsabilidade, no que diz respeito a mobilizar sua base de apoio e cobrar da gestão municipal o cumprimento de sua agenda política, especialmente no que diz respeito ao atendimento das políticas públicas, especialmente neste momento delicado que vivemos no combate à Covid-19, quando Bayeux encontra-se na bandeira laranja no "Plano Novo Normal PB do Governo do Estado da Paraíba e ainda estamos à espera da vacina para, definitivamente, erradicarmos esta terrível doença de nossas vidas. Falamos, especialmente e em 1º lugar, do SINTRAMB como a principal força política da cidade.

Como afirmamos ao longo do artigo, Luciene de Fofinho tem como principal tarefa resgatar a imagem de Bayeux e a autoestima de seu povo durante seu mandato. Para isso, entre outras coisas, em nossa avaliação, será preciso romper com o jogo político que, ao que parece, já se comprometeu desde a campanha. Como perguntamos no artigo feito há quatro anos, estará ela disposta a isso??? 

Desde já, respondo: creio que NÃO. Espero estar errado. Cenas dos próximos capítulos.............


  

0 comentários:

Postar um comentário