Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

sábado, 8 de fevereiro de 2020

O PT, sua posição política diante do governo João Azevedo, a "Reforma da Previdência Estadual" e os reflexos disso na conjuntura!!!







Na sexta-feira, 31 de janeiro do corrente ano, os vários portais de notícias de nosso Estado e nossa imprensa em geral, repercutiram a filiação do governador João Azevedo a seu novo partido, o Cidadania, antigo PPS. Em uma carta em que anuncia, ao mesmo tempo, o rompimento com seu antigo partido, o PSB, e a entrada no Cidadania, João Azevedo afirma que não havia mais espaço democrático em seu antigo partido e que vinha sofrendo ataques e sabotagens deste em seu governo, desde o início de sua gestão e que encontrou, na nova legenda, não apenas este espaço democrático, como também um partido que possui o "pluralismo de ideias, a independência e o respeito entre os poderes; que professe a liberdade de imprensa e de religião, o estado laico, o multiculturalismo, o desenvolvimento sustentável, a globalização e a inclusão social com desenvolvimento; a defesa das causas ambientais, o direito das minorias e o respeito ás famílias; a diversidade, o empreendedorismo e o Estado para corrigir as desigualdades e também como indutor da economia; os valores cristãos, sem usar em vão o nome de Deus em atividade política; e, por fim, a harmonia, o diálogo e a paz social entre nós cidadãos" (https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2020/01/31/governador-da-paraiba-joao-azevedo-se-filia-ao-partido-cidadania.ghtml).
Na segunda-feira, 03 de fevereiro, a direção do PT/PB reuniu-se com o governador João Azevedo para discutir com este acerca de sua filiação a seu novo partido, visto que o Cidadania é um partido de centro-direita e, no cenário nacional, vem se alinhando há muito tempo, com o PSDB e, recentemente, com o governo Bolsonaro em matérias importantes para este e nocivas para os trabalhadores, como as "Reformas" Trabalhista (ainda no governo Temer, mas com o voto de Bolsonaro) e "Previdenciária". Sem falar que o PT/PB não apenas apoia o governo João Azevedo, mas participa deste, pois tem um secretário de Estado em seu interior, o ex-deputado federal Luiz Couto, secretário da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento do Semiárido da Paraíba.
Nesta reunião, o governador João Azevedo (Cidadania) reafirmou uma "agenda progressista", segundo matéria do site ClickPB. Participaram deste encontro, pelo PT/PB, o presidente estadual do partido, Jackson Macedo, Luiz Couto, Giucélia Figueiredo, Anísio Maia e o vereador da capital, Marcos Henrique. Apesar da "garantia" dada pelo governador, a direção do PT/PB saiu da reunião reafirmando que iria debater melhor o assunto e definir uma posição numa reunião do diretório estadual na sexta-feira, 07 de fevereiro do corrente ano.
Porém, na sexta-feira 07/02/2020 definida pela direção estadual do PT/PB para decidir, definitivamente sua posição acerca do governo João Azevedo, se permaneceria apoiando-o ou não, eis que, por volta das 13h desta data a direção do partido comunicou que, por conta de um entendimento havido entre as direções estadual e nacional, decidiu-se desmarcar a reunião de ontem e discutir melhor o assunto com a direção nacional, em especial com a deputada federal, Gleisi Hoffmann, presidente nacional da legenda, haja visto que esta tem interesse em participar deste debate.
Segundo esta, "Em entrevista concedida à imprensa da capital, Gleisi Hoffmann fez diversas ponderações e deixou claro que não é a favor da continuidade (do apoio ao governo, grifo nosso). Primeiro por conta do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), que é considerado pela cúpula nacional, apesar de ter sido preso pela Operação Calvário, um grande aliado do partido" (https://paraibaonline.com.br/2020/02/presidente-nacional-do-pt-pondera-sobre-apoio-ao-governo-de-azevedo/). Depois, na mesma matéria, ela faz vários ataques ao governador João Azevedo e ao Cidadania, além de outros elogios ao ex-governador Ricardo Coutinho. E completa: ".. as alianças políticas sólidas se constroem ao longo do tempo na luta e na defesa das mesmas causas que acreditam e que hoje eles têm um bom diálogo e atuação com o PSB em grande parte, pela construção que os aliados fizeram na Paraíba".
Isso, como disse, foi por volta das 13h desta sexta-feira, 07/02/2020. Depois, ainda no mesmo, por volta das 18h, o suplente de deputado estadual pelo PT/PB, Anísio Maia, declarou no mesmo portal de notícias que a presidente nacional de seu partido que "- Não quero dizer cantando vitória, que é deselegante, mas as pessoas que defendem continuar o apoio ao governo de João Azevedo, tenho certeza que hoje é uma maioria expressiva no partido. Tenho certeza, mas acho melhor não cantar bola - disse" (https://paraibaonline.com.br/2020/02/maioria-do-pt-defende-manutencao-de-apoio-ao-governo-diz-suplente/).
Quem estaria com a razão nesse debate interno no PT/PB??? A presidente nacional, que acompanha o debate mais amplo, ou Anísio Maia, que conhece o partido estadual mais de perto??? Será que a postura de Anísio Maia teria a ver com a orientação, ventilada pela imprensa paraibana alguns duas atrás, de que o governador João Azevedo deslocaria o deputado Júnior Araújo (Avante) para uma secretaria de Estado e, com isso, abriria uma vaga na Assembleia Legislativa justamente para o petista???
De todo modo, caso Anísio Maia ou Gleisi Hoffmann estejam certos em suas análises, isso trará uma repercussão imediata no desenrolar da luta da "Reforma da Previdência" Estadual que João Azevedo já encaminhou à Assembleia Legislativa, desde dezembro do ano passado.
Caso o PT decida por permanecer no governo e Anísio Maia assuma uma cadeira na Assembleia Legislativa, o cenário, com certeza, tenderá a mudar de figura. Alguns e algumas poderão afirmar que a permanência de Luiz Couto  como secretário de Estado, até agora, não influenciou a postura do PT e de seus satélites (como PCdoB, CUT, CTB, dentre outros) nesta luta em defesa dos direitos dos servidores estaduais. É verdade, mas é inegável que a presença de um parlamentar petista, além do reforço do apoio de um partido ao governo pode, substancialmente, mudar o panorama deste jogo político.
Contudo, é aguardar as cenas dos próximos capítulos. Tudo pode se esperar desta "novela petista". Inclusive nada!!!

0 comentários:

Postar um comentário