Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Há razão para essa divisão???




A resposta para a pergunta do título desse artigo é sim e não. Isso explicaremos durante esse artigo.
Antes, queremos afirmar que escrevemos esse artigo poucas horas após realizarmos o ato "Fora Temer - contra as reformas", em frente ao Ministério da Fazenda, na avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa, organizado pela CSP Conlutas, Frente Povo Sem Medo e ADUFPB. E horas antes do ato "Fora Temer -contra as reformas - diretas já", organizado pela Frente Brasil Popular e seus satélites, que ocorrerá na tarde de hoje, no centro de João Pessoa.
Aí, surge a pergunta: porquê essa divisão entre as organizações que, até pouco tempo, estavam juntas, construindo a luta contra o governo Temer e suas "reformas", inclusive unidas no nosso Estado na organização da vitoriosa greve geral de 28/04??? O que motivou tudo isso???
É preciso, antes de mais nada, relembrar pontos importantes desse processo.
Em 27 de março desse ano, em uma reunião ocorrida em São Paulo, após vários momentos de luta protagonizados pela classe trabalhadora durante o mês de março, como os dias 08 e 15 de março, contra os ataques do governo Temer à classe trabalhadora de nosso país, todas as centrais sindicais de nosso país (CSP Conlutas, CUT, CTB, CGTB, CSB, UGT, NCST, Intersindical e Força Sindical) se unificaram em torno de bandeiras muito caras para nossa classe, que estão sendo muito atacadas pelo atual governo, com as "reformas" da Previdência, Trabalhista, além das leis da Terceirização, da "reforma" do Ensino Médio, da PEC 55 e tantos outras medidas do governo Temer. Pouco após essa reunião, houve outras manifestações contra o governo Temer, nos dias 28 e 31/03.
Isso tudo foi suficiente para que essas centrais superassem, momentaneamente, suas diferenças políticas e unificassem, na luta, sua atuação contra essa corja de canalhas instalada no Planalto Central. Assim, com todas as dificuldades postas na mesa, em todo o país, construímos esse processo e conseguimos algumas vitórias importantes, como a vitória da greve geral de 28/04. 
Porém, após essa vitória, quando pensávamos que teríamos outro grande sucesso, com o Ocupa Brasília (que já está ocorrendo neste momento em que escrevemos), eis que surge no meio do caminho um escândalo do governo Temer (mais um e de grandes proporções) e que vem a provocar uma série de interpretações, dúvidas e, principalmente, saídas para a grave crise política que se instala no país, a partir de então. Seja para a direita, quanto para a esquerda, em especial.
Essas prováveis "saídas", no que diz respeito para os setores da esquerda, infelizmente, acabou provocando em nosso Estado - para falar apenas da Paraíba - uma divisão neste setor, especialmente  entre os/as defensores das consignas "diretas já" e "operários e povo no poder".
Não queremos nem iremos aqui nos estender nos argumentos de nenhuma dessas consignas. Quem me conhece sabe perfeitamente qual das duas eu defendo. O que quero colocar aqui  para reflexão, neste momento, é que esta divisão atual, de hoje, em nosso Estado, é lamentável, para se dizer o mínimo.
Isso porque, em várias reuniões do Comando Estadual do Ocupa Brasília, afirmei que respeitava (e respeito) as várias posições sobre as "saídas" para a atual crise que vivemos, mas que todos/as precisam aprender a viver em unidade e não apenas em identidade!!! É isso que muitos/as precisam exercitar desde já. Sair da teoria e ir para a prática!!!
Por isso, respondi a pergunta-título acima com sim e não. Sim, porque se formos buscar a resposta em nossas divergências históricas, encontraremos a resposta positiva para tal "divisão". Não, porque se observarmos a luta atual, com seus desdobramentos concretos, veremos que a reposta negativa é a mais plausível possível.
As cenas dos próximos capítulos dessa novela, que nunca se acaba, dirão o que ocorrerá....                    

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