Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

"Melhor ser uma burra feliz do que uma esperta amarga."

Calma, homens e mulheres! Antes de mais nada, um esclarecimento se faz extremamente necessário. O título do artigo expressado acima é referência a uma frase dita pela personagem Joana (interpretada pela atriz Bel Kutner), na novela global "Amor à Vida", no capítulo levado ao ar no 1º dia de 2014. Para entender o contexto dessa infeliz frase, vamos colocá-lo aqui ao conhecimento de todos/as (como se isso amenizasse a infelicidade dessa declaração, o que evidentemente, não ocorrerá!)
Para quem acompanha ou não a novela da Globo, Joana é a enfermeira chefe do Hospital San Magno, local onde se passa boa parte das cenas da novela, por sinal. Esta é uma mulher quarentona, independente, resolvida financeiramente, mora sozinha e como se costuma dizer, "dona de seu próprio nariz". Até o dia em que conhece Luciano (interpretado pelo ator Lucas Romano), filho da enfermeira Ordália (interpretada pela atriz Eliane Giardini). Luciano é um jovem ambicioso, que deseja ser médico e que se relaciona com Joana, que através desse relacionamento banca o curso de Medicina do garotão. Após a conclusão do curso, Luciano abandona a enfermeira, que fica arrasada por ter sido usada pelo jovem médico. Depois de um tempo, Luciano volta a procurá-la, se dizendo arrependido, querendo retomar a relação e ela, naturalmente, desconfiada dos sentimentos do garotão. Até que no capítulo do dia 1º de janeiro deste ano, ela finalmente cede aos encantos do jovem médico e vai pra cama novamente com ele e retoma a relação. No dia seguinte, assim que acorda, o cara pede a Joana as chaves de seu carro pra dar uma saída e ela, mesmo titubeante, dá as chaves. Assim que ele sai, é que ela solta a "bendita" frase do título, depois de pensar na possível besteira que pode ter feito: "melhor ser uma burra feliz do que uma esperta amarga".
É aí que queremos abrir a discussão com todos/as que estão lendo este artigo. Até quando teremos que continuar vendo e ouvindo estes comentários machistas a respeito das mulheres e, em especial, das mulheres que, como Joana, possuem mais de 40 anos e são independentes financeiramente e moram sozinhas? Por que, para boa parte da mídia e da sociedade, as mulheres para serem felizes, precisam estar se relacionando com um homem ao seu lado? E, pior, por que considerar que só serão felizes as mulheres que estiverem com um homem ao seu lado? E se não estiverem com um homem, serão infelizes? Quer dizer que todas as lésbicas são infelizes?
Esses estereótipos que nos são colocados pela mídia todos os dias, todas as horas, precisam ser desconstruídos e DESTRUÍDOS. Não é possível aceitar que esses conceitos e afirmações invadam nossas casas sem pedir licença e assistamos a isso de forma passiva, sem esboçarmos nenhuma reação. 
O movimento de mulheres, em particular, e o movimento operário comprometido com a luta das mulheres PRECISAM dar uma resposta a esta postura da Rede Globo, que é na verdade um ataque à luta das mulheres pela sua liberdade sexual! 

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