Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

terça-feira, 23 de julho de 2013

Quem é o novo e o velho na política em Bayeux?


Em períodos eleitorais, de quatro em quatro anos, costumeiramente os/as eleitores/as são tomados de candidatos/as que se apresentam como jovens promessas de renovação na política. Normalmente, são jovens mesmo, na idade, rostos de bons moços ou moças, se apresentam como certinhos/as, bem vestidos, cheio de ideias mirabolantes, bem sacadas por algum marqueteiro, etc e tal. E, consequentemente, caem no gosto popular. Exemplos desse tipo temos aos montes na política nacional. Em Bayeux, surgiu um assim, na eleição municipal de 2012. Seu nome: Berg Lima.
Berg Lima saiu candidato a prefeito pelo até então desconhecido PTN - Partido Trabalhista Nacional -, cujo maior expoente na Paraíba, até então, era o deputado estadual Toinho do Sopão, hoje no PEN. Berg Lima surgiu no cenário político de Bayeux com um projeto cultural desenvolvido no Alto da Boa Vista chamado "Atitude Cultural", que basicamente desenvolvia atividades de exibir filmes ao ar livre nas comunidades carentes da cidade, em especial no bairro citado. Dessa atividade cultural, numa cidade extremamente carente do ponto de vista de opções nessa área, ele começou a se tornar conhecido e daí pra sair candidato a prefeito da cidade, foi um pulo. 
Nas eleições 2012, Berg Lima ocupou um vazio no espaço político de Bayeux que deveria (e poderia ter sido ocupado por um partido mais ligado aos movimentos sociais). Porém, o partido com maior trajetória na cidade neste setor, o PT, que na ocasião contava com um vereador na Câmara Municipal (e que fazia oposição ao então prefeito J. Júnior, do PMDB, profundamente desgastado perante a opinião pública da cidade), estava também igualmente desgastado, ao ponto de fazer uma aliança eleitoral com um também vereador que estava sofrendo um profundo desgaste na sua imagem para a disputa na Prefeitura. Além disso, o único partido da esquerda socialista organizado na cidade, o PSOL, vinha de uma crise tremenda envolvendo sua maior figura pública, acusado de tentativa de extorsão de um vereador da cidade, justamente o do PT. Por fim, restavam as candidaturas tradicionais de Expedito Pereira, pelo PSB, e de Sara Cabral, pelo DEM, querendo mais uma vez chegar à Prefeitura de Bayeux. Sara acabaria sendo apoiada pelo PMDB, que lançou o sobrinho de J. Júnior, que renunciaria dias após o lançamento. Vanildo Caetano (PSC) o dentista Raimundo Furtado (PRP) fechariam o quadro de candidatos. 
Enfim, foi neste quadro político caótico das eleições municipais de Bayeux em 2012 que Berg Lima se apresenta e com o perfil que apresentamos no início deste artigo: jovem, novo, do setor cultural, cheio de novas ideias para transformar Bayeux, se colocando como "a renovação" da política na cidade. Com um discurso fácil, empolgante, oposicionista tanto a Expedito quanto a Sara, Berg cativou muita gente, até mesmo militantes de esquerda que, desacreditados do PT e também da alternativa colocada pelo PSOL, acabaram votando nele. Berg Lima conseguiu capitalizar para si toda a indignação dos/as eleitores/as contra as alternativas caducas de Expedito e Sara e, com isso, conquistou exatos 13.042 votos, sendo o 2º mais votado, logo atrás do vencedor, o atual prefeito Expedito Pereira.
Com propostas como instituir o CPF da cultura, construir uma usina de reciclagem, mas também em falta de sintonia, como quando propunha "desenvolver estudo para implantar o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos profissionais da saúde garantindo melhores rendimentos e satisfação no trabalho", quando tal instrumento já existe desde 2004, faltando que a prefeitura cumpra alguns dos requisitos que lá existem, Berg Lima conseguiu se destacar no processo eleitoral e se tornar uma liderança municipal, projetando-se para uma disputa em plano estadual. Falava-se muito em Bayeux em Berg Lima para deputado estadual nas próximas eleições.
Porém, creio que Berg Lima cometeu um erro primário, ameaçando de forma decisiva seu projeto político quando decidiu, sem pensar nas consequências que isso poderia lhe acarretar, apoiar de forma decisiva, a chapa 2 - "Renovação e Luta" - para a disputa sindical no SINTRAMB (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Bayeux), que ocorreu na última sexta-feira próxima passada, 19 de julho. Esta chapa, efusivamente apoiada por Berg Lima, desde o primeiro momento em que foi formada para derrotar a chapa da atual direção do Sindicato, foi vista por setores da categoria como sendo a chapa da Prefeitura. Para tanto, basta conferir a matéria do site Bayeux em Foco que noticiou a inscrição das duas chapas à disputa pela direção do sindicato e conferir os comentários lá postados pela sociedade bayeuxeense. Isso se intensificou durante a campanha e comprovou-se no dia da eleição, quando até o carro do Conselho Tutelar I foi utilizado pela chapa 2 para transportar eleitores até a sede do sindicato para votar na chapa. A chapa 2 possuía claramente pelo menos três membros conhecidos e reconhecidos pela categoria como cabos eleitorais de Expedito Pereira de longa data. Foi essa chapa que Berg Lima decidiu apoiar e, mais do que isso, fazer campanha. Durante o processo eleitoral e, especialmente no dia da eleição, ele passou nas unidades de trabalho pedindo que os/as servidores/as municipais de Bayeux votassem na chapa 2, a chapa apoiada por Expedito Pereira. 
Porém, apesar de toda a estrutura, de toda a pressão, a categoria soube responder à altura a Expedito, a Berg Lima e a todos que fizeram parte da chapa 2 e deram a vitória à chapa 1 - "Resistência, Luta e Participação" -, para que possamos continuar nosso trabalho em defesa da categoria. Para Berg Lima, restaram os comentários da matéria do Bayeux em Foco do povo de Bayeux, entre decepcionados e revoltados coma postura não apenas equivocada dele, mas sobretudo, OPORTUNISTA!!!
Pra concluir, fica a pergunta do título do artigo: depois dessa eleição do SINTRAMB, quem é o novo e quem é o velho na política em Bayeux? Cartas à redação, por favor!!!  
      

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