Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

PSTU repudia declaração da vereadora Eliza Virgínia (PSDB)



Na manhã desta terça-feira, 11 de dezembro de 2012, ocorreu uma manifestação do movimento de mulheres na Câmara Municipal de João Pessoa, por conta das declarações machistas e homofóbicas feitas pela vereadora Eliza Virgínia (PSDB), na semana passada, na tribuna da Câmara, num debate sobre a Lei "Maria da Penha", onde a parlamentar afirmou que "as secretarias de mulheres estão repletas de mulheres mal amadas e que não gostam de homens".
Confira abaixo a nota de REPÚDIO feita pelo PSTU sobre este assunto.


PSTU repudia declaração da vereadora Eliza Virgínia (PSDB)

      A vereadora Eliza Virgínia (PSDB) protagonizou, na última quinta-feira, 06/12, na tribuna da Câmara Municipal de nossa cidade, mais um episódio lamentável de agressão ao movimento de mulheres de nosso Estado e de todo o país, quiçá mundial. A vereadora afirmou, segundo várias matérias divulgadas nos portais de notícias de João Pessoa, que “as secretarias de mulheres estão repletas de ‘mulheres mal amadas e que não gostam de homens’”.
      A vereadora Eliza Virgínia fez essa declaração absurda e completamente desrespeitosa à luta das mulheres em uma sessão que debatia a Lei “Maria da Penha”. Isso nos revolta ainda mais, pois num debate sobre a violência sofrida pelas mulheres, muitas vezes praticadas por aqueles que elas julgam serem seus “companheiros”, a vereadora tucana emite uma opinião preconceituosa como essa.
      A vereadora Eliza Virgínia aproveita-se de um antigo estereótipo consagrado pela mídia burguesa para atacar, sem nenhuma justificativa, o movimento de mulheres. E mais: ajuda a difundir tal estereótipo!
      O movimento de mulheres iniciou sua trajetória de luta quase que no mesmo período em que passou a existir movimento operário em nosso planeta. O movimento operário, desde seu nascedouro, lutou arduamente por melhorias nas condições de vida e trabalho de nossa classe. Isso atingia diretamente as mulheres, que na formação do capitalismo, eram a principal mão de obra explorada pelos patrões, juntamente com as crianças. Esse pedaço da classe trabalhadora mundial tinha jornadas de trabalho exaustivas, de cerca de 12 a 14 horas por dia. E tudo isso sem nenhum direito trabalhista, como férias, repouso semanal remunerado e tantos outros direitos trabalhistas adquiridos ao longo da luta de nossa classe. As mulheres, neste processo, foram decisivas para a conquista desses e outros direitos. Não custa também lembrar que as mulheres, em período de guerras, foram fundamentais para manter a produção capitalista. Durante a Revolução Russa, as mulheres cumpriram um papel extraordinário na luta pelo socialismo e na construção de um novo modelo de sociedade, onde estas conseguiram direitos que até então eram inimagináveis, mesmo nos países capitalistas desenvolvidos. Direito ao seu próprio corpo e assim definir como seria feito o planejamento familiar, direito ao aborto, ao divórcio e tantos outros.
      No Brasil, assim como em outros países, as mulheres produziram, ao lado do movimento operário, grandes lutas de nossa classe. Conquistaram o direito ao voto na década de 30 do século passado, lutaram pela bandeira “O petróleo é nosso”, que resultou na criação da Petrobras, contra a ditadura militar e pelas eleições diretas em 1984, entre tantas outras lutas. Apesar disso, as mulheres continuam relegadas pelo sistema a uma condição subalterna, apesar de serem maioria em nossa sociedade.
      Isso se traduz no fato de as mulheres ainda ganharem menos do que os homens, mesmo exercendo a mesma função; no racismo às mulheres negras, que são vistas como mero objeto sexual; na homofobia descarada às lésbicas, tratadas como seres de outra espécie. Todo esse preconceito é reproduzido em nossas escolas, nos postos de saúde, em qualquer lugar de nossa sociedade. O pior é que isso encontra eco naqueles que deveriam trabalhar para garantir mais direitos à nossa classe e rejeitar a disseminação do preconceito, que são os parlamentares eleitos pelo povo.
      A declaração da vereadora Eliza Virgínia (PSDB) é um ataque brutal à luta de todas as mulheres lutadoras de nossa cidade, Estado, país e do mundo. O PSTU se solidariza com a luta das mulheres, ao mesmo tempo em que REPUDIA veementemente a infeliz afirmação da vereadora, ao mesmo tempo em que chama todos e todas que apoiam a luta de nossas mulheres a fazermos uma grande manifestação em frente à Câmara Municipal de João Pessoa, para exigirmos uma retratação da vereadora, além de acreditarmos devem ser tomadas outras providências em relação `a postura preconceituosa da vereadora Eliza Virgínia.



DIREÇÃO ESTADUAL PARAÍBA

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