Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

domingo, 11 de setembro de 2011

11 de setembro: dez anos do atentado ao World Trade Center e a farsa da mídia mundial



Hoje, 11 de setembro de 2011, em todo o mundo, lembramos do atentado terrorista ao World Trade Center, localizado em Manhattan, EUA. Tal ataque teria sido organizado pelo grupo Al Qaeda, comandada na época por Osama bin Laden. 
Este fato histórico alterou profundamente a conjuntura internacional. Os EUA, liderados na  ocasião pelo presidente George W. Bush, iniciou após o episódio uma guerra mundial contra o "terrorismo internacional", conseguindo para isso apoio de outros países imperialistas e também da sempre subserviente ONU, com a aprovação da Resolução 1373, aprovada por unanimidade nesta organização, em setembro de 2001. Tal resolução autorizava que fossem empreendidas ações para combater "organizações terroristas e os países que as protegem". Após isso, em outubro de 2001, o presidente Bush assinou a "Lei Patriótica", que dava plenos poderes ao governo dos EUA e às forças de segurança para "fazer frente a uma ameaça como nenhuma outra nação enfrentou". Com isso, o imperialismo estava liberado para classificar, a seu bel prazer, quem são "terroristas" e os países que "os protegem" e assim iniciar sua caçada mundial. Esta lei, sancionada pelo republicano Bush e renovada por mais 4 anos, agora em maio deste ano, pelo democrata Obama.
Desde então, várias ações foram realizadas pelo imperialismo anglo-americano, como a invasão do Iraque em 20 de março de 2003. Esta invasão faz parte da farsa do imperialismo mundial e da mídia colaboradora deste. Os argumentos levantados pelo governo Bush para justificar a invasão ao Iraque eram de que o presidente daquele país, Saddam Hussein, colaborava com grupos terroristas e dispunha, em seu território, de armas químicas e de destruição em massa e, assim, precisava ser detido. Este argumento caiu por terra alguns anos mais tarde, quando ficou comprovado que o Iraque não tinha as famosas "armas químicas e de destruição em massa", como foi colocado pelo governo Bush. Tal invasão dura até hoje, agora com um governo local mas completamente subordinado aos ditames do imperialismo. Ainda em 2003, em dezembro, Saddam Hussein foi capturado pelas forças de segurança e 3 anos mais tarde, também em dezembro, este foi enforcado em Bagdá por determinação do imperialismo.
O Brasil, de certa forma, foi também atingido pela caçada imperialista. Em 22 de julho de 2005, o brasileiro Jean Charles de Menezes foi barbaramente assassinado em Londres pela polícia inglesa na estação de metrô de Stockwell, sul da capital inglesa. O brasileiro foi confundido com um terrorista e perseguido até ser morto em pleno vagão do metrô londrino. Até hoje, os policiais assassinos de Jean Charles estão impunes.  
A caçada imperialista atingiu seu ponto máximo com o assassinato do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden. Ele foi morto nos arredores de Islamabad, capital do Paquistão. Sua morte foi anunciada em 1º de maio deste ano pelo presidente Barack Obama. O principal inimigo do imperialismo mundial estava morto. Tal notícia serviria aos interesses de Washington para amenizar um pouco perante a população norte-americana dos efeitos da crise econômica que assola este país desde 2008.
O ataque às torres gêmeas do World Trade Center, além de todos esses efeitos aqui elencados (houve mais, colocamos aqui os mais importantes), trouxe também à discussão um outro assunto relevante: a farsa promovida por grande parte da mídia mundial, que associou-se desde a primeira hora ao imperialismo para inundar a consciência de milhões em todo o mundo, para que assim houvesse apoio popular às ações imperialistas.
O maior indicador desta farsa midiática dura até hoje, dez anos após, é a classificação feita por esta quando coloca, de forma afirmativa e definitiva, que o episódio de 11 de setembro de 2001 teria sido o "maior atentado terrorista da história". Tenta, assim, ganhar a consciência das massas com esta falsificação histórica. Fazem questão de que a humanidade esqueça os ataques promovidos pelo imperialismo norte-americano em agosto de 1945 quando foram lançadas as primeiras bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Naquela ocasião, cerca de 220 mil pessoas foram mortas, de imediato, nas duas cidades pelo ataque patrocinado pelo governo dos EUA. Sem falar nas milhares de pessoas que morreram após os ataques de agosto de '45, por conta dos efeitos da radiação da bomba atômica. 
Evidentemente que lamentamos a morte das cerca de 3000 pessoas mortas no ataque ao World Trade Center. Mas não podemos nos solidarizar com a mensagem propagada pela mídia mundial, aliada do imperialismo, com a caracterização deste ser o "maior atentado terrorista da história". É preciso colocar a informação correta para os/as trabalhadores/as.
Repudiar o terrorismo sim, mas confirmar a mensagem da mídia mundial, nunca. O terrorismo repudiamos porque para os socialistas revolucionários, esta é uma ação individual, que não conta com a simpatia da classe, justamente por causa disso: é uma ação isolada das massas, sem contar com a participação decisiva desta. Apesar do terrorismo argumentar que tais atos se devem à repulsa à ação imperialista, sobretudo ao apoio deste ao estado de Israel e por tudo o que isso significa para o povo árabe, não podemos nos solidarizar com este discurso. A verdadeira transformação da vida das massas trabalhadoras no mundo só se dará através de sua ação decisiva. Sempre foi assim e não será diferente. Basta olhar para as revoluções árabes atualmente, com os casos do Egito, Tunísia e mais recentemente, Líbia.  
  

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