Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

O exemplo que vem de Campina Grande!!!







Há cerca de um ano no Brasil e na Paraíba, todos começamos a sofrer uma brutal mudança em nossas vidas, com o surgimento da pandemia do coronavírus em nossos cotidianos. Apesar do governo Bolsonaro, de seus seguidores, de seu negacionismo e das consequências desastrosas que isso vem causando desde então no país, refletindo-se em cerca de 9,5 milhões de casos confirmados no Brasil, com pouco mais de 230 mil mortes. Tudo isso demonstra que não estamos diante de uma "gripezinha", como chegou a classificar o presidente Jair Bolsonaro nem que esta terrível doença será curada por meio de cloroquina ou outros medicamentos igualmente ineficazes, sem comprovações científicas. Apenas as vacinas que vêm sendo aplicadas em todo o mundo, inclusive no Brasil (apesar do negacionismo que insiste em persistir) poderão salvar todos/as deste mal que aflige a humanidade. Além do uso de máscaras e outros cuidados protetores recomendados pelas autoridades científicas, como lavagem das mãos e distanciamento social.
Há meses também que vem sendo travado um debate em terras tupiniquins sobre a volta às aulas, com a consequente pressão dos empresários do setor educacional sobre as autoridades públicas - federal, estaduais e municipais - para que estas retornem mesmo durante a pandemia do coronavírus. Neste momento, apesar dos números mostrarem um novo aumento da Covid-19 no país, os empresários da Educação continuam a pressionar  o Poder Público nos Estados e Municípios para que haja uma volta às aulas, sobretudo na rede particular de ensino. Na rede pública de ensino, existem locais em que datas de retorno às aulas estão previstas, ainda que de forma híbrida.
No que diz respeito ao setor privado, tal decisão dos empresários educacionais revela a total insensibilidade destes com a VIDA humana e a única preocupação destes com o LUCRO, apesar do discurso "humanista" que muitos colocam para pais e mães, sem falar na "conivência criminosa" que Estados e Municípios têm com estes quando autorizam o funcionamento destas escolas. Um exemplo do risco que estas escolas colocam aos alunos e à comunidade como um todo verificou-se recentemente em Campinas/SP, quando três escolas particulares reabriram e tiveram que fechar após registrarem novos casos de Covid-19; uma delas teve 42 alunos infectados (https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/02/03/escola-de-campinas-tem-42-casos-de-covid-19-e-fecha-apos-volta-as-aulas). 
No caso da rede pública de ensino, há uma polêmica sendo travada entre a oferta do ensino remoto x ensino híbrido. Alguns Estados e Municípios têm a proposta de oferecer o ensino remoto; outros querem ofertar o ensino híbrido; poucos, ao que conheço, têm a proposta da oferta do ensino presencial. Mesmo assim, uma coisa é consensual, quando o assunto surge na grande mídia: todos falam, diretores de escolas, secretários de Educação (de Estado ou do Município), donos de escolas. Menos diretores de sindicatos ou professores. Coincidência??? Claro que não!!!
Assim, o exemplo que vem da cidade de Campina Grande, através dos/as trabalhadores/as da Educação municipal desta cidade, organizados no SINTAB (Sindicato dos Trabalhadores Municipais do Agreste da Borborema), é muito importante. 
Em assembleia virtual realizada no dia 01/02, servidores/as da Educação municipal de Campina Grande decidiram, por UNANIMIDADE, entrar em GREVE GERAL  e não iniciar o ano letivo de 2021.
Segundo a categoria reunida em assembleia, "ainda não é o momento para o retorno das aulas presenciais, ainda que de forma híbrida, já que a volta às atividades nas unidades educacionais neste momento, pode resultar em ainda mais mortes de profissionais da educação vítimas do novo coronavírus, como aconteceu com a professora Christianne Fátima, gestora da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Manoel Francisco da Motta, que veio a óbito precocemente neste domingo, 31" (https://sintab.org.br/8444-2/).
A decisão dos/as trabalhadores/as da Educação de Campina Grande se deve, portanto em primeiro lugar, à  repercussão da pandemia do coronavírus no interior da categoria, mas também existem outras reivindicações específicas da categoria que não foram esquecidas pelo conjunto do movimento, como: "não pagamento do 14º salário da educação; não cumprimento das progressões; atrasos na recarga do cartão de passagem e falta de EPIs" (idem).
O SINTAB e os/as trabalhadores/as municipais de Campina Grande, com esta GREVE GERAL deflagrada no início de fevereiro, dão um exemplo de organização e luta para os demais trabalhadores da Educação da Paraíba e também do Brasil em plena pandemia do coronavírus, contra a ganância e insensibilidade dos patrões do ensino e a conivência criminosa de governadores e prefeitos espalhados pelo país, que se aliam a estes quando autorizam a reabertura das escolas particulares ou quando pretendem reiniciar as aulas em suas respectivas redes, apesar do avanço da Covid-19.
Que, em se tratando de Paraíba, sindicatos como SINTEP (que representa os/as trabalhadores estaduais da Educação), SINTEMJP (que representa os/as trabalhadores municipais da Educação de João Pessoa), SINTRAMB (que representa os/as trabalhadores municipais da Educação de Bayeux), SINFESA (que representa os/as trabalhadores municipais da Educação de Sta. Rita), além de outros sindicatos municipais de todo o Estado, sigam o exemplo que vem do  SINTAB e de Campina Grande e ponham suas categoria nos trilhos da LUTA!!!



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