Neste sábado, 28 de
março do corrente ano, realizou-se em João Pessoa (assim como em outras cidades
do país) a “carreata da morte”, como ficou conhecida, pelos apoiadores do governo
Bolsonaro. A principal reivindicação desta atividade foi exigir, das
autoridades estaduais e municipais, o fim do isolamento social como forma de
prevenir a propagação do Covid-19 e, assim, retomar as rotina normal do nosso
cotidiano, restringindo o confinamento apenas aos/às idosos/as e pessoas do
“grupo de risco” divulgado pela OMS por conta dessa pandemia.
Não vamos entrar no mérito da quantidade de pessoas
presentes a esta “carreata da morte” em nossa capital, mas sim centrar o debate
em torno da omissão do governador João Azevedo (Cidadania) e do
prefeito Luciano Cartaxo (PV) frente a este evento ocorrido neste final de
semana, tanto em João Pessoa como em Campina Grande.
Desde o início desta pandemia, a população paraibana e
pessoense (em particular) foram protagonistas do isolamento social a que foram
submetidos pelo Governo do Estado e da PMJP, assim como já ocorreu em diversas
cidades do país e do mundo. Porém, coincidentemente após o “discurso da morte”
feito por Bolsonaro em 24/03 deste ano, o governador João Azevedo recuou de
suas ideias anteriores e editou um novo decreto governamental, determinando a
reabertura de loterias e demais lojas comerciais. Mesmo que este e seus
seguidores não aceitem, a concretização deste novo decreto do governador
paraibano segue na mesma linha do governo Bolsonaro.
Para concluir este processo, o que o governador e o
prefeito da capital fizeram no evento da “carreata da morte”, protagonizada
hoje pelos bolsominions. Ou melhor, o que estes não fizeram para
impedir. Em vários locais espalhados pelo país, as autoridades governamentais
(e até da justiça, em alguns casos), houve o impedimento à realização dessas
atividades, por conta dos decretos espalhados país afora sobre a necessidade do
isolamento social e fechamento dos estabelecimentos comerciais. Em Fortaleza,
os organizadores da “carreata da morte” desistiram de ir às ruas por conta da
ameaça de sofrerem uma pesada multa a seus organizadores, feita pelo governador
daquele Estado; na Bahia, a PM foi colocada para acabar com o evento; em
Uberlândia/MG, o Ministério Público determinou medidas enérgicas das
autoridades para impedir tal insanidade.
Infelizmente, isso não ocorreu em nosso Estado. O
governador João Azevedo limitou-se a lamentar o ocorrido (em vídeo), apenas afirmando
que estava “perplexo” com aquela convocação. O prefeito Luciano Cartaxo foi na
mesma linha. Sem falar no MPPB, que foi no mesmo tom do governador e afirmou,
em nota, que respeitava o direito das pessoas em fazerem manifestação. Interessante
observar que, quando os trabalhadores vão às ruas, fazem passeatas e colocam
carros de som para se dirigir ao povo, estas autoridades movimentam-se
rapidamente para impedir tais atividades e não respeitam o “direito de
manifestação” destes.
Em nenhum momento, verificou-se a presença da PM e da SEMOB
para impedir a realização de tal “carreata da morte”. O que assistimos hoje,
independente do público presente a estes eventos (como já disse antes), foi que
ela se realizou, nas barbas dessas autoridades que nada fizeram. Lamentável
tal postura de omissão frente a uma frontal declaração contrária à saúde
pública, protagonizada por Bolsonaro e sua “tropa de choque”.
Pelo visto, nem Bolsonaro nem João Azevedo e muito menos
Luciano Cartaxo aprenderam com a duríssima lição que vem da Itália, que pelas
palavras do prefeito de Milão, negou-se a reconhecer a presença do coronavírus
em seu país e o resultado aí está para mostrar a quem quiser ver. Milhares de
mortos na “velha bota” por conta desta omissão das autoridades máximas do nosso
Estado. Infelizmente...........
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