Jornada Nacional de Lutas, Brasília, 24/08/2011

Reunião do Soviet de Petrogrado em 1917

A Revolução Russa: expressão mais avançada de uma onda revolucionária mundial.

Diretas Já

Luta por dias melhores

sexta-feira, 11 de abril de 2025

100 dias de Tarcyana Leitão prefeita de Bayeux: um balanço necessário!!!

Nesta quarta-feira, 10/04/2025, Tarcyana Leitão (PSB) e seu vice, Luciano do Impacto Som, completam 100 dias à frente da Prefeitura Municipal de Bayeux. É uma data importante pq serve para balizar uma gestão à frente de um órgão público como é uma Prefeitura. Ainda mais a de Bayeux, que enfrenta sérios problemas há anos, que persistem ao longo dos anos.

Alguns irão dizer que 100 dias é um tempo muito pouco para avaliar uma gestão, seja municipal, estadual ou federal. Mas, em 100 dias, é possível avaliar os rumos que uma gestão pode vir a tomar durante seu percurso. Pode mudar, é verdade, afinal, a política é MUITO dinâmica.

A gestão de Tarcyana Leitão (PSB). já começou a revelar sua cara quando o deputado estadual Felipe Leitão (PSD), marido da prefeita e figura central da gestão ainda durante a campanha eleitoral que a levou à vitória em 2024, apoiada pela então prefeita, Luciene Gomes (Republicanos), articulou a chapa liderada pelo vereador Adriano Martins (Republicanos) para a presidência da Câmara Municipal da cidade, o que ocorreu. Já naquela ocasião, Tarcyana Leitão conquistava o apoio importante dos/as vereadores/as para seus projetos na cidade de Bayeux. E a primeira prova disso veio com a aprovação, UNÂNIME, dos PL's que atacaram direitos dos servidores municipais de Bayeux, de TODAS as categorias, sem distinção.

Esta foi a primeira revelação dada por Tarcyana Leitão do que ela, Felipe Leitão e seu grupo deram para a implantação de um novo projeto político em.Bayeux. Sem falar na composição do seu secretariado, formado por um misto de aliados de Felipe Leitão (como a irmã de Adriano Galdino, presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba para a Secretaria de Saúde), até a nomeação de um bajulador de mão cheia dos poderosos como Joãozinho para Secretário de Administração.

Além disso, os 100 dias de Tarcyana Leitão (PSB) ficam marcados pela continuidade do fechamento do Hospital Materno Infantil, que segue assim desde o final do ano passado (ainda no governo Luciene Gomes, sua aliada política) e por algumas escolas municipais ainda fechadas para "reforma", sem data certa para o início das aulas.

Enquanto isso, Tarcyana Leitão vai ao seu Instagram dedicar ao povo de Bayeux a sua "a Paz, gente", como se isso fosse suficiente para garantiram saúde e educação ao povo da cidade. E isso com apenas 100 dias de gestão!!!

Pra finalizar, o que podemos afirmar é que, infelizmente, o _povo honesto, decente e trabalhador_ de Bayeux continuará vendo sua cidade enfrentando uma crise político-econômico-social e com um governo montado por uma equipe que, assim como os anteriores, tem como ÚNICO PROJETO, o de beneficiar seus próprios integrantes, apesar de passar um discurso populista e demagogo!!!

*_Antonio Radical_*

Bayeux, 04/25

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Hugo Motta, Lula, o PT e os golpistas: uma sombra cada vez mais presente num passado ainda mais distante

 




                   Em 02 de dezembro de 2015, numa votação na Câmara dos Deputados, o impeachment da então presidente Dilma Roussef (PT) tinha início, com a aprovação (por maioria dos/as deputados e deputadas federais), deste processo, que se encerraria em 31 de agosto de 2016, com a maioria de senadores e senadoras votando pelo mesmo impeachment da primeira presidente mulher da História brasileira.

            Na votação ocorrida na Câmara dos Deputados, o jovem deputado federal paraibano Hugo Motta (PMDB), no seu segundo mandato, votou pelo impeachment da presidente Dilma Roussef (PT). E este não poderia ser outro o caminho deste jovem parlamentar, já que ele era um dos membros da “tropa de choque” do presidente da Câmara na ocasião e principal adversário político do PT e de Dilma, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), que depois viria a ser cassado.

            Mas, esta não é a única mancha no currículo de Hugo Motta, hoje no Republicanos. Foi também presidente da CPI da Petrobras em 2015; base dos governos Temer e Bolsonaro, votou a favor do Teto de Gastos e da “reforma trabalhista”, aprovados no governo Temer; votou a favor da privatização dos Correios e presidiu a Comissão para a Privatização da Eletrobras, no governo Bolsonaro, além de condenar sua inelegibilidade pelo TSE. Isso sem falar no seu passado familiar na Paraíba, na cidade de Patos, sertão paraibano.

            Citamos tudo isso para falarmos de mais uma – dentre as inúmeras – contradições de Lula, PT e sua direção quando o assunto é aliança política. Quando do impeachment de Dilma Rousseff em 2016, Lula e a direção do PT, assim como seus “satélites” (PCdoB, PSOL, CUT, MST, MTST, UNE, UBES, Consulta Popular e, de certa forma o PCB, entidades do movimento negro, de mulheres, LGBT’s, dentre outros), passaram a classificar todos/as que votaram a favor do impeachment como sendo golpistas. Porém, a realidade acabou impondo a todos/as estes/as uma duríssima lição, mesmo que não quisessem aceitar: já nas eleições municipais daquele ano, 2016, foram obrigados a engolir, pela política OPORTUNISTA e ELEITOREIRA de seus partidos, a fazerem campanha e a votarem em candidatos golpistas. E isso ocorre até os dias de hoje.

            A eleição de Hugo Motta (Republicanos/PB) como presidente da Câmara dos Deputados, realizada no sábado, 01/02, é mais um capítulo desta “novela”. Eleito sob as bênçãos de Lula e Bolsonaro, Motta se torna o mais novo presidente dos/as deputados/as federais brasileiros/as comprometido, ao mesmo tempo, com as maiores forças políticas do país no momento e também com o maior bloco partidário dentro do Congresso Nacional (o “Centrão”), que determina o que deve ou não deve haver em nosso país. Este é o jogo político que opera em nosso país há anos!!!

            Tudo isso serve para escancarar, mais uma vez, o que é o PT e Lula na cena nacional do país. Quem quiser continuar acreditando que ambos “defendem os trabalhadores”, pode continuar acreditando. Quem quiser construir uma Oposição de Esquerda ao governo Lula, está mais do que na hora disso ocorrer, assim como uma ALTERNATIVA SOCIALISTA E REVOLUCIONÁRIA!!!                


quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Trump merece mais créditos do que críticas

 




             Muitas pessoas que me conhecem – e que não me conhecem também – me criticarão apenas por causa do título deste artigo. E não as culpo por isso. Se se restringirem apenas à leitura do título. Mas, se lerem o restante das linhas que acompanham o mesmo, talvez acabem concordando comigo.

            Donald Trump tornou-se, em 20 de janeiro deste ano, o 47º presidente dos EUA. E também o 1º CONDENADO pela Justiça norte-americana a assumir a presidência do país. Estas foram as duas ÚNICAS novidades que cercaram a cerimônia de posse do republicano nascido em Nova Iorque há 78 anos (completará 79 anos em junho deste ano). As medidas já anunciadas por ele, após sua posse, não são nenhuma novidade. Pelo menos, para quem já conhece minimamente Trump.

            Suspensão de programas voltados para os LGBTQI+, para os refugiados (inclusive os já autorizados), proibição do direito à cidadania para os filhos de imigrantes nascidos nos EUA (contrariando a Emenda nº 14 da Constituição dos EUA), retirada dos EUA da OMS (assim como já havia feito no mandato anterior), anúncio de sanções comerciais à Rússia, caso Putin não chegue a um acordo com a Ucrânia sobre o fim da guerra, ameaças ao Panamá sobre o controle do Canal do Panamá e à Dinamarca sobre a conquista da Groenlândia, além de uma declaração pra lá de esnobadora sobre o Brasil e a América Latina. Tudo isso anunciado em pouco mais de 3 dias de segundo mandato de Trump na Casa Branca.

            Que o republicano chegaria à Casa Branca para exercer seu segundo mandato mais fortalecido e radicalizado, todos/as já sabiam. Inclusive os representantes da elite europeia, presentes na União Europeia. Porém, creio que boa parte destes não tinham compreensão de que a “batida do bombo”, como se diz no popular, poderia ser tão pesada em tão pouco tempo.

            Por isso, a razão do título. Na minha avaliação, Trump merece mais créditos do que críticas. Por uma simples razão: ele é o inimigo que conhecemos. Que temos a certeza que é nosso inimigo. Ao contrário de outros/as, que posam de “defensores dos trabalhadores”, de “amigos dos trabalhadores”, mas na hora H, fazem o jogo dos ricos e poderosos, dando as migalhas para a classe trabalhadora e sua juventude igualmente explorada pelo capital.


quinta-feira, 22 de agosto de 2024

PSOL NO BRASIL E NA PARAÍBA: UMA CARACTERIZAÇÃO NECESSÁRIA

 

    


    


    No dia 19 de agosto próximo passado, celebrou-se o Dia do/a Historiador/a, aquele/a profissional que estuda e pesquisa nosso passado histórico para, com base nos dados obtidos, nos fornecer uma explicação do nosso passado e de porquê nos encontramos desta maneira no presente e podermos, assim, projetarmos algo para nosso futuro que se avizinha. Como professor de História, formado pela UFPB em 1997 (com muito orgulho, diga-se de passagem), que é o profissional encarregado de pegar estes dados pesquisados e colhidos pelo/a historiador/a através de seu profícuo trabalho e, consequentemente, de repassá-los aos/às alunos/as em nossas escolas, nos sentimos em dado momento, a fazer este trabalho não apenas para as pessoas em geral, mas para um público específico, no caso em tela, os militantes organizados de esquerda (alguns, pelo menos) que insistem em sofrer de APP – Amnésia Política Proposital -, e pior, de contaminar outras pessoas com esta doença.

       Fizemos este preâmbulo para iniciarmos, com este artigo, uma série de outros artigos que faremos sobre as eleições municipais deste ano, seja no Brasil, seja na Paraíba. De início, começaremos analisando alguns partidos políticos que estão nesta disputa, do campo da classe trabalhadora, que é o que nos interessa. Depois, analisaremos algumas disputas municipais que estão se desenrolando.

      Começaremos esta série com o PSOL, um partido que vem sendo muito debatido no último período. Veremos, ao final do artigo, como em apenas 20 anos de existência, o PSOL conseguiu se transformar da “água para o vinho”, como diz o relato bíblico.

       O PSOL surge em 2004, na esteira das lutas da classe trabalhadora, em especial dos servidores públicos federais, que passaram 8 anos de suas vidas sofrendo (literalmente) com as ações do nefasto e entreguista governo FHC – apoiado, naquela ocasião, pelo então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na época do PSDB, hoje, vice de Lula, apoiado pelo PSOL – e, no Congresso Nacional, 4 parlamentares do PT (a senadora Heloísa Helena e os deputados Babá, João Fontes e Luciana Genro, representando Alagoas, Pará, Sergipe e Rio Grande do Sul, respectivamente) discordavam das orientações das lideranças do governo Lula tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados e, com o tempo, do próprio governo, fazendo com que isso culminasse num processo de ruptura destes com o PT, fazendo com que estes fossem expulsos do partido e fundassem, alguns meses depois, o PSOL. Portanto, o PSOL surge de uma insatisfação legítima com os rumos do governo Lula, ainda no seu 1º mandato, mas com a limitação de ser de dentro do parlamento. Por conta dessa limitação no seu nascedouro, os deputados que estavam a romper com o PT e afirmavam na época que não pretendiam “boicotar o governo Lula” (https://movimentorevista.com.br/2023/12/20-anos-do-dia-dos-radicais/).

         Porém, em junho de 2022, uma série de militantes do PSOL publica uma carta de ruptura com o partido onde, neste documento público, faz sérias avaliações sobre a condução do partido e chega a registrar uma grave acusação contra a direção nacional do PSOL. Nesta carta de ruptura, os antigos militantes afirmam, textualmente, que “....A direção do PSOL abandonou seu programa, aliando-se a setores inimigos da nossa classe; abandonou seu método político e suas ferramentas de deliberação formal; destruiu a estratégia de nucleação como ferramenta de capilarização social e política, abandonando assim o grande contingente de militantes do partido; ignorou sistematicamente as deliberações e resoluções dos setoriais para apresentar posições políticas contrárias às debatidas no partido; abriu um processo de supressão da proposta histórica do partido com a formação de uma federação com a Rede, sem nenhum debate, sem chamar nenhuma instância maior do que o castelo de cartas marcadas da direção nacional, e, por fim, abriu um processo de silenciamento coletivo de todas as posições diferentes dentro do partido. A direção rompeu com o método, com o programa e com as políticas históricas do PSOL”. Com isso, admitem adiante que “...É hora de buscar novos rumos”.

      Alguns militantes mais reticentes podem afirmar que tais críticas ao PSOL são coisas antigas, do passado, típicas de inveja de pessoas com o crescimento do partido no último período. Para estes/as, vamos para os dias atuais, já que eles não se contentam com o exemplo histórico.

       Em São Paulo, na atual campanha à Prefeitura da capital mais importante do país, o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, chamou para compor sua equipe de elaboração de programa o coronel da reserva, Alexandre Gasparian, ex-chefe da ROTA – Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar -, grupo da PM/SP criado no regime militar especializado em reprimir com violência e truculência as manifestações populares e da classe trabalhadora. Não à toa, o programa de governo de Boulos para a Prefeitura de São Paulo propõe dobrar o efetivo da GCM paulistana. E o preto, pobre e que mora na periferia desta cidade sabe perfeitamente o que isso significará: mais repressão e morte para esta galera. Simples assim.....

        Se você acha que esse tipo de situação ocorre apenas em São Paulo, está redondamente enganado. Na Paraíba, NÃO é diferente. Matéria do site do “Jornal da Paraíba” revela, em sua manchete, uma contradição do PL em nosso Estado, mas quando lemos detidamente a referida matéria, percebemos que a contradição pertence também ao PSOL, que se reivindica um “partido de esquerda”. Eis o link da matéria: https://jornaldaparaiba.com.br/politica/alem-de-pt-pl-tem-coligacoes-com-federacao-psol-rede-em-cidades-da-paraiba. Como vocês poderão ver, o PSOL na Paraíba está coligado em Mamanguape a partidos como PL, PSD e MDB, dentre outros; e, em São José de Piranhas, junto de PL e Republicanos. E isso se dá numa conjuntura em que o PSOL aprovou uma resolução de tática eleitoral para 2024 que diz, entre outras, que “Prioridade na unidade de esquerda e centro-esquerda para derrotar o Bolsonarismo; buscando sempre que possível liderar a unidade ou garantir melhores condições para o PSOL na disputa majoritária com a vice”; “Onde não for possível unidade, lançar candidaturas do PSOL que posicionem o partido prioritariamente contra a direita ou extrema-direita”. Foi com base neste discurso, “de combater e derrotar a extrema-direita” em João Pessoa que o dirigente estadual do PSOL/PB, Tárcio Teixeira, fez de tudo para o partido abandonar a candidatura própria de Celso Batista à PMJP e passar a apoiar a candidatura de Luciano Cartaxo, do PT. Parece que Tárcio não conseguiu convencer seus companheiros de partido em Mamanguape e São José de Piranhas a "combater e derrotar a extrema-direita"......

       Como afirmamos no início do artigo, o PSOL, foi construído há 20 anos para ser um partido diferente do PT. Hoje, não apenas está junto e misturado ao PT como, em vários momentos, chega a ser uma “corrente externa” do PT (ou um “puxadinho”, como dizem alguns, de forma pejorativa). De todo modo, o PSOL de hoje não tem nada a ver com o seu sentimento na época de fundação. É outro PSOL, é outro partido. Só não vê quem não quer...........

sábado, 31 de dezembro de 2022

Para onde vai o PT???





Neste domingo, 1º de janeiro de 2023, Lula e o PT começam oficialmente seu novo governo, o 3º desde que assumiu o Palácio do Planalto em 2003. Isso depois de uma eleição muito atribulada e definida no 2º turno com uma diferença de apenas 1,8% (ou 2.139.645 votos) de seu adversário, o então presidente Jair Bolsonaro (PL), que tornou-se o primeiro presidente a NÃO conseguir a reeleição, em nossa história recente. 
Lula chega ao Planalto nesta nova empreitada política após conseguir uma aliança inusitada e surpreendente para a maioria das pessoas, colocando o ex-tucano e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, filiado ao PSB, como seu vice nesta composição. Além disso, Lula e o PT conseguiram fazer uma aliança política com partidos da "esquerda oficial" e também da direita, como PCdoB, PV, SOLIDARIEDADE, PSOL, REDE, PSB, AGIR, AVANTE e PROS e também setores do MDB (como os  senadores alagoano e paraibano Renan Calheiros e Veneziano Vital, respectivamente, o governador do Pará Jáder Barbalho Filho, dentre outros) que, apesar de ter Simone Tebet (senadora por MS), apoiaram o candidato petista no 1º turno eleitoral. Já no 2º turno, esta aliança foi ampliada com a presença de Tebet, que ficou em 3º lugar na primeira fase da disputa presidencial e também do derrotado Ciro Gomes (PDT), além deste partido como um todo, além da candidatura causar divisões em partidos da direita, como União Brasil, dentre outros apoios que vieram no turno decisivo.
Isso faz com que Lula tenha composto um ministério para iniciar seu 3º mandato com a presença de vários partidos, além de pessoas sem nenhuma presença partidária. São 37 nomes para compor o 1º escalão deste novo governo, com uma divisão expressada da seguinte forma: 10 nomes do PT, 3 do MDB (incluindo Simone Tebet, que será ministra do Planejamento), 3 do PSB (incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin, que será ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), 3 do União Brasil 3 do PSD, e 1 nome do PDT, PSOL, REDE e PCdoB (cada). E, como afirmamos, 11 ministros/as que NÃO possuem filiação partidária, como José Múcio (ministro da Defesa), Margareth Menezes (ministra da Cultura), Ana Moser (ministra dos Esportes), Sílvio Almeida (ministro dos Direitos Humanos), Anielle Franco (ministra da Igualdade Racial) e Nísia Trindade (ministra da Saúde), dentre outros/as nomes.
Com esta composição, Lula define na prática que seu novo governo será de "unidade nacional", expresso várias vezes pelo próprio Lula em vários momentos da campanha eleitoral. Ou seja, Lula e o PT colocam novamente para milhões de trabalhadores/as de nosso país que governará, mais uma vez, "para todos", como se isso fosse possível.
A presença de alguns nomes neste ministério já revelam que esta afirmação de Lula e do PT é simplesmente frase bonita para enganar as pessoas. A indicação de Fernando Haddad (PT) ao Ministério da Fazenda passou por uma aprovação, ainda que não majoritária, do mercado financeiro com Simone Tebet no Ministério do Planejamento, tendo sob suas mãos o PPI (Programa de Parcerias e Investimentos), que é responsável pelas privatizações e concessões ao setor privado - apesar de Lula afirmar que não haverá privatizações em seu governo -; a presença  de Alckmin no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, agradando em cheio os grandes empresários do país; a participação do senador Carlos Fávaro (PSD/MT) no Ministério da Agricultura, representando setores importantes do agronegócio neste governo; a indicação de José Múcio (ex-conselheiro do TCU) no Ministério da Defesa, Múcio que começou sua carreira política na ARENA (partido da ditadura militar), depois do PDS e também do PTB, partidos que NADA têm a ver com as lutas da classe trabalhadora brasileira, tudo isso revela que o 3º mandato de Lula no Planalto tende a ser uma repetição - para pior - do que já ocorreu em seus dois outros mandatos. Teremos, provavelmente, uma cópia piorada neste novo governo de Lula e do PT.
Muitos pontos corroboram para afirmamos isso. Primeiro, no passado recente quando analisamos os governos anteriores de Lula,  verificamos que nestes, houve uma imensa ajuda financeira aos bancos e empresários do país, ao mesmo tempo em que Lula repassava algumas verbas aos setores explorados que, apesar de terem melhorado um pouco suas condições de vida, tudo isso não passou de migalhas oferecida pelo governo. Segundo, tudo isso foi possível nos dois primeiros mandatos porque havia uma conjuntura internacional muito diferente da que Lula (favorável a este) vai enfrentar a partir de janeiro/2023, onde vivemos (dentro e fora do país), uma situação de desemprego acelerado, distribuição de renda cada vez maior, aumentando o fosso entre ricos e pobres, destruição cada vez mais acelerada do meio ambiente, aumento exacerbado dos preconceitos,  discriminações e xenofobia contra mulheres, negros, LGBT's e imigrantes.
Tudo isso são características do quadro nacional e mundial que Lula e o PT enfrentarão a partir de 2023. Como este novo governo irá se comportar diante tudo isso, não temos bola de cristal para afirmarmos algo. Mas, diante das concessões já feitas a vários setores políticos antes mesmo de assumir - como o apoio do PT, PCdoB e PV - à reeleição do deputado federal e líder do "Centrão" à Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), sem falar na grande articulação feita com partidos de direita (especialmente) para aprovar a PEC da Transição. Ao contrário do que muitos afirmam - como as principais lideranças do PSOL, PCdoB e o próprio PT -, esta PEC mantém o teto de gastos criado por Temer através da EC 95 e , com isso, "aponta para um remodelamento do que chamam de 'âncora fiscal', ou seja, um sistema que perpetua essa política econômica que drena recursos do país, e da classe trabalhadora, para os grandes banqueiros" (https://www.pstu.org.br/o-real-significado-da-pec-de-transicao/).
Concluímos reafirmando: NÃO POSSUÍMOS BOLA DE CRISTAL para prever o que será o governo Lula em seu terceiro mandato, mas um passado recente construído pelo próprio Lula e PT em anos anteriores nos levam a crer que NÃO teremos tempos alvissareiros, como vive afirmando Lula desde a campanha eleitoral.
Cenas dos próximos capítulos..............

 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Para onde vai o PSOL???







Nos últimos dias, antes de todas essas polêmicas criadas em torno das aprovações (ou não) da PEC da Transição, na Câmara dos Deputados, e do Orçamento Secreto, no STF, vem ocorrendo uma outra polêmica, no campo da esquerda socialista, que definirá os rumos de um partido e de toda uma militância não apenas em 2023 - ano do 1º novo governo Lula -, mas de todo esse conjunto nos próximos anos.

Trata-se da entrada ou não do PSOL na base governista do governo Lula, a partir de janeiro de 2023.

A polêmica teve início, nos portais de notícias, com a declaração da líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Sâmia Bomfim (SP), que afirmou que o partido deve "se manter independente durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva" para, segundo a deputada psolista, "assegurar liberdade para liderar o debate de pautas ideológicas defendidas pelo partido" (https://www.poder360.com.br/congresso/psol-nao-deve-integrar-governo-lula-diz-samia-bomfim/) ao longo desses anos especialmente no Congresso Nacional. Sâmia "esquece" que o PSOL fechou uma federação com o partido burguês Rede, bancado pelo Itaú, e que isso dificultará - e muito - a defesa dessas "pautas ideológicas" defendidas por ela e pelo partido. Na prática, Sâmia Bomfim defende que o PSOL apóie o governo Lula, mas sem integrar sua base governista.

Após esta declaração, o novo peso-pesado do PSOL e "queridinho" de Lula, Guilherme Boulos (SP), rebateu as declarações da líder do partido na Câmara dos Deputados e afirmou defender que o partido integre a base do governo Lula e não fazer oposição a este ao lado dos bolsonaristas. Para Boulos, "quem vai fazer oposição ao Lula é o bolsonarismo, e não estaremos ao lado deles", afirmou o deputado federal mais votado de São Paulo nas eleições 2022 (https://politicalivre.com.br/2022/12/boulos-rebate-samia-e-diz-que-psol-nao-fara-oposicao-a-lula-ao-lado-de-bolsonaristas/#gsc.tab=0). Ainda segundo o líder do MTST e deputado eleito, "o governo será de frente ampla, e nós temos que disputar internamente espaços para puxar a agenda do país para a esquerda", concluiu Boulos (idem). O que Boulos NÃO fala é que essa esquerda que defende que o governo Lula é de "disputa" e que tem que disputar internamente cada vez mais espaços para puxá-lo à esquerda já está perdendo este jogo, vide o avanço do "Centrão" e de sua principal liderança, Arthur Lira (PP/AL) sobre o governo, garantindo apoio do PT, PCdoB e PV à sua reeleição na Câmara dos Deputados e jogando ainda mais pesado com o governo eleito para aprovar a PEC da Transição.

Em seguida às declarações de Boulos, as deputadas do PSOL, Talíria Petrone e Erika Hiton - do Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente -, também defenderam que o partido integre a base governista do PT e de Lula a partir de 2023. Segundo Talíria Petrone, "estamos entre aqueles que defenderam que o PSOL apoiasse a candidatura de Lula desde o primeiro turno. Com o fascismo não se brinca", concluiu a deputada; já a primeira deputada federal trans do país, Erika Hilton afirmou que "o PSOL tem a responsabilidade de defender o governo Lula contra qualquer tipo de golpismo e não fará oposição ao governo", afirmou a deputada federal eleita (https://politicalivre.com.br/2022/12/taliria-petrone-e-erika-hilton-defendem-que-psol-integre-a-base-de-lula/#gsc.tab=0). Para Erika Hilton, portanto, fazer oposição ao governo Lula é ser golpista. Qualquer semelhança com a posição de Boulos sobre isso NÃO é mera coincidência, na nossa avaliação!!!


Por fim, um artigo divulgado no site "Esquerda Online" revela a posição da direção da corrente interna do PSOL, conhecida como Resistência. É o artigo "Três táticas dividem a esquerda socialista", assinado pelo professor e dirigente político Valério Arcary. Neste, Arcary afirma existir três posições dentro da esquerda socialista acerca do futuro governo Lula. De acordo com o dirigente político da Resistência, as posições se dividem entre: 1) os que defendem a participação no governo Lula, como o "PSOL Popular" -aliança entre  as correntes internas "Primavera Socialista", liderada pelo presidente nacional da legenda, Juliano Medeiros, e "Revolução Solidária", liderada por Guilherme Boulos-; 2) os que defendem a construção da oposição de esquerda, como o PSTU; 3) os que defendem "a governabilidade de Lula, preservando a independência do PSOL", posição defendida pelas correntes internas Insurgência, Subverta e Resistência, dirigida por Arcary, numa aliança entre estas chamada de "Semente do PSOL".

Resumindo a polêmica do PSOL neste momento: ao contrário do que afirma Arcary, NÃO existem três posições (ou táticas, como melhor ele classifica) da esquerda socialista em relação ao governo Lula, mas sim apenas duas: participar do governo de "frente ampla e disputar internamente os espaços" para que  este governo vá a para a esquerda, como afirma Boulos ou construir uma oposição de esquerda, como vem chamando o PSTU  e outras forças políticas deste campo a partir de janeiro de 2023, com um programa da classe trabalhadora, a começar pela revogação das "reformas" trabalhista e previdenciária, encaminhadas pelos governos Temer e Bolsonaro e que vem causando enormes prejuízos aos/às trabalhadores/as de nosso país. A posição adotada pela Resistência e correntes internas do partido aliadas a esta, expressada por Arcary, relembra os áureos tempos do PSDB, famoso por ficar "em cima do muro" e, assim, não se comprometer com ninguém naquele momento. Mas, Arcary sabe que a luta de classes cobra, ainda que num futuro distante, a conta dessa postura vacilante perante a classe trabalhadora. Ele, com formação trotskista e morenista, sabe muito bem disso.

Em tempo: a reunião do PSOL que definirá se o partido deve ou não integrar a base do governo Lula ocorrerá neste sábado, 17/12 e, na minha modesta avaliação, creio que o PSOL não apenas decidirá por integrar a base do governo Lula como também indicará nomes a alguns cargos neste governo, a começar por ministérios, Cenas dos próximos capítulos.............

domingo, 23 de outubro de 2022

O acerto das pesquisas eleitorais na disputa presidencial




Faltando uma semana para o 2º turno das eleições para Presidente e Governador em vários Estados brasileiros, é crível perceber - até para o mais ferrenho bolsonarista - que boa parte dos institutos de pesquisas eleitorais vêm mantendo, até o momento, um "empate técnico" em suas amostragens do momento eleitoral por nos vivenciado. E isso vem ocorrendo desde o 1º turno do atual processo eleitoral, apesar dos descontentamentos e gritarias da "tropa bolsonarista", espalhada pelas redes sociais e que se inicia no comitê de campanha de Jair Bolsonaro (PL).
Pegando os três principais e mais conceituados institutos de pesquisas do país - Datafolha, Ipec e GenialQuaest - os últimos resultados apresentados por estes apresentaram o "empate técnico" revelado por nós acima.
O Datafolha, em pesquisa divulgada em 19/10, apontou que Lula (PT), estava com 52% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro (PL), tinha 48% destes votos válidos; o Ipec, em pesquisa divulgada em 17/10, revelou que Lula (PT), estava com 54% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro (PL), tinha 46% destes votos válidos; e o Genial/Quaest, em pesquisa divulgada em 19/10, revelou que Lula (PT), estava com 47% das intenções de voto , enquanto Bolsonaro (PL), tinha 42% destas mesmas intenções de voto.
Apesar disso, parlamentares ligados ao presidente Bolsonaro (PL) protocolaram na última sexta-feira, 21/10, na Câmara dos Deputados, um pedido de CPI contra os institutos de pesquisa, de 2014 a 2022. O pedido foi assinado pelos deputados federais Carlos Jordy (PL/RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL/SP) e foi seguido por deputados/as de partidos como PP, Republicanos, MDB, Novo, PSC, Uni]ao Brasil e PDT. A alegação do pedido é de haver "uso político dos institutos de pesquisas eleitorais a fim de influenciar o resultado das eleições em favor de determinados candidatos, partidos ou espectro político" (https://www.cnnbrasil.com.br/politica/deputados-protocolam-pedido-de-cpi-contra-institutos-de-pesquisa/). Resta saber se esta CPI, pretendida por Bolsonaro e seus aliados no Congresso Nacional, investigará também os institutos de pesquisas que deram a vitória ao presidente genocida no 1º turno no atual processo eleitoral!!!
O que é correto afirmar é o que as pesquisas indicam: a eleição está indefinida. Ninguém, nem de um lado nem do outro, pode "cantar vitória" neste momento. Há que se "arregaçar as mangas" para garantir a vitória no próximo domingo, 30/10.
Outra coisa correta a se afirmar: seja Lula ou Bolsonaro, os enfrentamentos que a classe trabalhadora terá em 2023 serão muitos para garantir seus direitos. Teremos que estar muito preparados/as para isto!!!

domingo, 25 de setembro de 2022

Dialogando com o senso comum ou quando vale qualquer coisa pra justificar o "voto útil"

"A democracia é uma forma de governo em que a cada quatro anos se troca de tirano".

Lenin


O site "Esquerda Online" publicou, neste dia 24/09, um artigo dos coordenadores gerais do SINASEFE, Artemis Martins e David Lobão, de nome "Um papo reto", onde defendem a necessidade de derrotar Bolsonaro (PL) ainda no primeiro turno desta eleição com o consequente voto em Lula (PT) como sendo isso uma "urgência fundamental necessária" (trecho retirado do próprio artigo). Mas, antes disso, gostaríamos de fazer algumas referências ao texto em si e a outras questões que também dizem respeito ao mesmo.

Primeiro, é um texto confuso em alguns aspectos. Inicialmente, Artemis e David afirmam que há "uma polémica importante entre organizações revolucionárias no Brasil" e que estas "consideram que as jornadas de junho de 2013 continuam em aberto, que vivemos em cima de um barril de pólvora, e por isso, estamos diante de uma situação pré-revolucionária prestes a explodir". Ao mesmo tempo, segundo os coordenadores do SINASEFE, "outras sustentam que vivemos uma situação reacionária, consequências do golpe jurídico-parlamentar-midiático aplicado contra a presidenta Dilma" (https://esquerdaonline.com.br/2022/09/24/um-papo-reto/). Mais na frente, começam as confusões - pra não afirmar CONTRADIÇÕES - expressadas pelos autores/defensores do "voto útil" na chapa Lula-Alckmin como "uma urgência fundamental e necessária" para derrotar Bolsonaro.

Antes de irmos às confusões/contradições dos autores, uma pausa importante: defendemos como "urgência fundamental e necessária" a derrota de Bolsonaro nestas eleições e do bolsonarismo no período posterior a estas eleições, mas NÃO apoiando e votando em uma saída burguesa colocada nos marcos da chapa Lula-Alckmin. 

Dito isso, partamos para nossa análise acerca do artigo dos coordenadores do SINASEFE.

No 4º parágrafo do texto, afirma-se que "a classe trabalhadora, mesmo fragilizada e sofrida, não sofreu uma derrota histórica - o que a colocaria em um lugar de resignação e ressentimento" (idem). Assim, vem a pergunta: se estamos vivendo uma situação reacionária (como defendem os autores), como a classe trabalhadora NÃO sofreu uma derrota histórica neste período???

No 5º parágrafo, Artemis e David utilizam um argumento muito usado pelas organizações reformistas para justificar o apoio a Lula como se este fosse das "organizações revolucionárias": o de que estas eleições são as "eleições das nossas vidas", justificando assim toda a política prioritária que organizações como PT, PSOL, PCdoB e seus satélites* possuem nas eleições burguesas em vez da ação direta da classe.

Queremos chamar atenção a um fator importante citado por Artemis e David ao longo do texto para justificar o "voto útil" destes e do SINASEFE em Lula-Alckmin nestas eleições: o uso do "rigor metodológico" nas "análises sérias" da realidade que todo marxista deve ter para fazer tal procedimento. 

Dito isso, partamos para o número de greves ocorridas no Brasil nos últimos anos, segundo dados do DIEESE, para verificarmos se estamos ou não vivendo uma situação reacionária. Não se pode dizer que este não é um dado importante da realidade brasileira para fazer uma "análise séria" baseada num "rigor metodológico" e sem estar amparados "exclusivamente nas convicções da vanguarda, mas sobre um diagnóstico objetivo e coerente da situação" (idem).

De acordo com o "Balanço da Greves do DIESSE", em 2018 (ano da eleição de Bolsonaro), ocorreram 1453 movimentos paredistas organizados pela classe trabalhadora em todo o país, com 69.233 horas paradas; em 2019, ano do 1º mandato de Bolsonaro no governo e da aprovação da "Reforma da Previdência", ocorreram 1118 movimentos paredistas organizados pela classe trabalhadora em todo o país (cerca de 30% a menos que o ano anterior), com 44.650 horas paradas (cerca de 55% a menos que no ano anterior); em 2020, houve uma queda significativa nestes números: ocorreram 649 movimentos paredistas organizados pela classe trabalhadora em todo o país, com 19.486 horas paradas. Evidente que o surgimento da pandemia do coronavírus neste período teve uma influência determinante neste aspecto; em 2021, apesar da pandemia, houve um aumento: ocorreram 721 movimentos paredistas organizados pela classe trabalhadora em todo o país (cerca de 11%), com 32.534 horas paradas (cerca de 67%).

Ou seja, os dados do DIEESE, no seu "balanço de greves", aponta que estamos longe de vivermos uma "situação reacionária", de "derrota histórica da classe trabalhadora", como querem fazer crer não apenas Artemis e David, mas toda a esquerda reformista que existe no Brasil, liderada por PT, PSOL e PCdoB e seus satélites. Pode-se questionar se estamos vivendo a "situação pré-revolucionária", mas afirmar com toda a veemência que passamos por uma "situação de derrota histórica da classe" é, por um lado, construir uma narrativa extremamente pessimista e, por outro lado, semear ilusões na classe para elaborar (como estão elaborando há décadas), uma política reformista e submissa aos capitais nacional e internacional em nosso país.

Por fim, queremos dizer uma coisa importante. Se fôssemos adotar o discurso de que estamos vivendo uma "situação reacionária" em nosso país, então esta já estaria sendo vivenciada por todos nós há muito tempo. Segundo o "Balanço da Greves do DIESSE", em 2004 (segundo ano do governo Lula), ocorreram 302 movimentos paredistas organizados pela classe trabalhadora em todo o país (não há registro de horas paradas naquela ocasião); ainda segundo este estudo do DIEESE, em 2010 (último ano do governo Lula), ocorreram 446 movimentos paredistas organizados pela classe trabalhadora em todo o país (também não há registro de horas paradas naquela ocasião). Destes dados, vem a pergunta: Artemis e David consideram que a classe trabalhadora brasileira vivia em "situação reacionária" durante o governo Lula??? A classe trabalhadora de nosso país estava sofrendo uma "derrota histórica" neste período, para os coordenadores do SINASEFE???  Um detalhe importante sobre este estudo do DIEESE: as greves aqui relatadas são dos setores público e privado!!!

Com tudo isso, podemos chegar à conclusão que: 1) afirmar que estamos vivendo uma "situação reacionária" e de "derrota histórica da classe trabalhadora" é uma afirmativa dos autores deste texto e das lideranças da esquerda reformista de nosso país, questionada diretamente pelos dados apresentados pelo DIEESE, como revelamos agora; 2) votar em Lula como "urgência necessária é fundamental" para derrotar Bolsonaro é uma consequência política destas afirmações construídas pelas esquerda reformista de nosso país; 3) o "voto útil" nestas e em outras eleições serve para desviar a classe trabalhadora da real tarefa desta, que é destruir a sociedade capitalista e seus verdadeiros representantes, através da ação direta da classe, e não pela via eleitoral, que já mostrou, mais de uma vez, que NÃO resolve os graves problemas enfrentados no cotidiano da classe!!!


*quando usamos a expressão "satélites", estamos nos referindo às organizações que estão em torno do PT, PSOL e PCdoB, como CUT, CTB, UNE, UBES, MST, MTST, dentre outras!!!


POR UMA ALTERNATIVA SOCIALISTA E REVOLUCIONÁRIA!!!

VERA LÚCIA/RAQUEL TREMEMBÉ

PSTU 16






 

domingo, 18 de setembro de 2022

"Votar útil para derrotar o inútil". Mas, quem é o "INÚTIL"???




Neste domingo, 18 de setembro de 2022, estamos a dois domingos daquela que é considerada pela Justiça Eleitoral e também pela burguesia brasileira, da "festa da democracia". Ou, como andam dizendo os lulo-petistas e seus satélites* (ou seriam melhor chamá-los de "lulo-alckmistas"???) de "as eleições mais importantes de nossas vidas". De todo modo, em 02 de outubro, exatos 156.454.011 de brasileiros e brasileiras dos quatro cantos deste país, segundo dados do TSE, estarão aptos/as a irem às urnas neste dia para escolherem entre 11 candidatos e candidatas a Presidente da República. Homens, mulheres, negros, negras, indígenas, quilombolas, heteros/as, LGBTs, deficientes ou pessoas com mobilidade reduzida, idosos/as, trabalhadores/as da cidade e do campo, desempregados/as, todos e todas poderão decidir qual será, como diria o líder bolchevique Lenin, seu próximo tirano nos próximos quatro anos. Pois é isso que representa a "democracia" na qual vivemos. Um regime feito pelos que estão em cima, governando e ditando as regras para continuarem governando e explorando e oprimindo a classe trabalhadora, contando para isso com a grata colaboração da esquerda reformista e stalinista, como PT, PSOL, PCdoB e satélites espalhados pelo movimento dos trabalhadores.

Neste sentido, tem ganho expressão, especialmente dentro dos setores do movimento dos trabalhadores a pressão vinda daqueles e daquelas que apóiam a candidatura Lula/Alckmin - ainda que de forma envergonhada, muitos/as não falam no recém-convertido "socialista" Alckmin, o famoso ladrão de merendas das crianças nas escolas paulistas e líder da desocupação de centenas de famílias no Pinheirinho, em São José dos Campos -, que afirmam reiteradamente que é preciso votar em Lula no 1º turno para derrotar Bolsonaro, pois isso representa, segundo esta campanha, "votar útil para derrotar o inútil". Um dos problemas desta linha de raciocínio é que esta também serve a Bolsonaro e seus apoiadores, talquei???

Segundo esta campanha e este raciocínio, votar em candidatos como Ciro Gomes (PDT) e em Simone Tebet (MDB) podem levar Bolsonaro a um eventual 2º turno e, assim, forçar a realização deste novo "round eleitoral" entre o petista e o atual presidente no próximo 30 de outubro do corrente ano. Daí, decorrem duas perguntas: 1) onde fica a defesa histórica das eleições em dois turnos, aonde seria importante a ocorrência desta para que se desse a oportunidade dos vários projetos políticos poderem se expressar ao povo???; e 2) qual o medo de um eventual 2º turno??? 

Porém, a crítica mais importante a esta campanha feita pelos lulo-petistas - ou lulo-alckmistas - e seus satélites é quanto à caracterização do quem a ser o "inútil". Se classificarmos como "inútil" sendo Bolsonaro, temos acordo em parte. Porque, Bolsonaro cumpriu até agora um papel importante para um setor da burguesia deste país, como o agronegócio e parte da elite nacional e internacional que continua ganhando muito dinheiro às custas da rapina do patrimônio nacional e da ampliação do desmatamento ocorrido no país ao longo destes anos, com a "passada da boiada", adotada por este governo, sem falar na aprovação da "Reforma da Previdência" feita por este governo, seguida nos Estados por governos que se dizem "oposição" a Bolsonaro, mas que também atacaram duramente os servidores púbicos de seus Estados, como foi o caso da Paraíba, como o governador João Azevedo (PSB), que também aprovou a "Reforma da Previdência" em terras tabajaras. Assim, Bolsonaro não é tão "inútil" assim, pelo menos para um setor da burguesia nacional e internacional.

Mas, "inútil" para nós é o regime capitalista e a democracia burguesa que atualmente vivemos, que se reveste na consigna "Estado Democrático de Direito", cantado em verso e prosa, seja por setores do empresariado, seja por políticos que representam os interesses desse grupo, seja por setores reformistas ligados ao movimento dos trabalhadores, como PT, PSOL, PCdoB e seus satélites. E este "inútil", na nossa avaliação, deve ser destruído e, em seu lugar, deve ser construído uma nova sociedade, com uma nova orientação, dada pela classe trabalhadora, através dos Conselhos Populares formado pela classe organizada em seus locais de trabalho, de moradia, de estudos. Evidentemente, não acreditamos que isso se dará através de um processo eleitoral comandado pela burguesia, com suas regras antidemocráticas, que excluem da participação do processo eleitoral a única candidatura negra, operária e socialista desta eleição, representada pela companheira Vera Lúcia, do PSTU e do Polo Socialista Revolucionário, e que está acompanhada nesta eleição da companheira Raquel Tremembé, mulher indígena, lutadora das causas dos nossos povos originários e que, assim como Vera, também é alijada deste processo "democrático" das eleições deste ano, determinado na prática pelas regras dos meios de comunicação que, apesar de serem concessões públicas, numa hora dessas escolhem quem a classe trabalhadora deve ou não conhecer - e, consequentemente, apoiar para votar em 02/10 -. Portanto, participar das eleições deve ter como objetivo denunciar este regime explorador e opressor sobre nossa classe e, ao mesmo tempo, buscar colocar (na medida do possível) nossas propostas de superação desta realidade, assim como começar a preparar a classe trabalhadora para os tempos que virão, pois, independente de quem ganhe nestas eleições, a "paulada no lombo" sobre a classe virá e não será qualquer paulada. Deveremos estar preparados/as para os tempos difíceis que virão para resistirmos e, sobretudo, LUTARMOS na defesa dos nossos direitos!!!


*Quando citamos satélites ao longo do texto, logo após de falarmos no PT e em outros partidos, queremos nos referir a organizações do movimento dos trabalhadores que sempre estão "coladas" a este, como CUT, MST, MTST, UNE, dentre outras!!!


POR UMA ALTERNATIVA SOCIALISTA E REVOLUCIONÁRIA!!!

VERA LÚCIA/RAQUEL TREMEMBÉ

PSTU 16





sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Luciene Gomes, prefeita de Bayeux, e seu vice, major Clecitoni, são CASSADOS pela Justiça Eleitoral!!!




Nesta segunda-feira, 15 de agosto do corrente ano, a cidade de Bayeux, situada na Região Metropolitana de João Pessoa, sofreu mais um grave abalo na sua vida política, já bastante atribulada nos últimos anos. 

Segundo decisão da Justiça Eleitoral, tomada pelo juiz eleitoral Antonio Rudimacy, a prefeita Luciene Gomes (PDT) e seu vice, major Clecitoni (MDB), tiveram seus mandatos CASSADOS. De acordo com a decisão judicial, isto se deveu por conta de "abuso de poder econômico nas eleições de 2020". Ainda segundo a decisão, ambos estão inelegíveis por 8 anos e deverão pagar uma multa de R$ 10 mil.

Esmiuçando a cassação à prefeita Luciene Gomes e seu vice, esta se deveu porque ambos "se beneficiaram com a distribuição de cestas básicas e nomeação de servidores públicos em período vedado pela legislação eleitoral. O que, segundo o juiz, se configura em ilícito eleitoral e abuso de poder político" (https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2022/08/15/prefeita-e-vice-prefeito-de-bayeux-na-paraiba-sao-cassados-por-juiz-eleitoral.ghtml). Para esclarecer ainda mais acerca disso, o juiz Antonio Rudimacy lembra que, segundo a legislação eleitoral, "a nomeação de servidores nos três meses que antecedem o pleito desequilibrou as eleições e aniquilou a livre vontade do eleitor, favorecendo exclusivamente a candidata que praticou o ato" (idem).

Além disso, o juiz destacou que "foram nomeados mais de trezentos funcionários no período vedado (grifo nosso), justificando as nomeações no estado de calamidade pública e necessidade devido à pandemia, mas as nomeações não foram exclusivamente para atender as necessidades inadiáveis da saúde, mas com fim eleitoral"  (ibidem). Tanto isso é verdade que os próprios assessores da prefeita (leia-se "babões") admitem, nos grupos de zap de Bayeux que, passada a eleição de 2020, estes funcionários foram demitidos pela prefeita reeleita Luciene Gomes (PDT), revelando assim a desnecessidade dessas nomeações durante a pandemia. 

Ainda segundo o juiz eleitoral Antonio Rudimacy, "há provas robustas do abuso do poder político e práticas de condutas vedadas no ´período eleitoral" praticadas por Luciene Gomes e seu vice, major Clecitoni, durante as eleições 2020, quando foram eleitos. Daí, a CASSAÇÃO de ambos, apesar dos lamentos e reclamações dos seus assessores (leia-se "babões", repetimos) e advogados de defesa, que já recorreram da decisão.

Sobre isso, duas coisas são certas: 1) as provas apresentadas pela Justiça Eleitoral para pedir a CASSAÇÃO de Luciene Gomes (PDT) e de seu vice, major Clecitoni (MDB), dos cargos de prefeita e vice-prefeito de Bayeux, na Grande João Pessoa, são robustas, como o próprio magistrado chega a afirmar; e 2) a cidade de Bayeux - e seu povo trabalhador - continua sofrendo com uma classe política deplorável, para dizer o mínimo, com suas práticas igualmente deploráveis.

No mais, cenas dos próximos capítulos.............